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Por que a gente não se entende?

Você conhece um casal que aprendeu a se comunicar? A cumplicidade está no olhar, no tom de voz, nos gestos e, principalmente, no ouvir e falar. E o mais interessante é que embora exista espaço para o nós, o eu e o você sempre estão presentes. Não há anulação, pelo contrário, há liberdade para ser quem se é e expressar isto tudo de forma leve e natural.

Mas também conhecemos, ou nós mesmos já vivemos, a experiência de casais que não conseguiam se entender. Algumas vezes se torna até engraçado, porque mesmo falando a mesma coisa acabam discutindo. Reagem como se pudessem saber as intenções, os pensamentos e as palavras antes mesmo de serem ditas.

Bem, a comunicação é fundamental para uma relação acontecer. Quando quebramos essa conexão corremos o risco de continuar nos sentindo sós, mesmo se insistirmos em continuar andando lado a lado.

Então, a partir de agora vou em busca de respostas para duas perguntas: por que é que a gente não se entende? E como construir um espaço para esse encontro?

Por que é que a gente não se entende?

casal não se entende

É bem comum reagirmos a modelos que já estão em nossas mentes, o que pode gerar algo que antes não existia, mas como reagimos a estes fantasmas acabamos dando vida a eles. Então melhor desvendar se são os meus fantasmas, os seus, ou se existe algo presente e real.

Todo casal tem histórias que se tornam hilárias quando lembradas, questões que surgiram porque acreditávamos que existisse só um jeito certo de fazer as coisas, se eu estou certo você está errado, ou vice-versa. Aos poucos, percebemos que grande parte disso tudo é tão banal e sem importância.

Como construir um espaço para esse encontro?

Para responder a esta segunda pergunta, observe estes quatro passos:

1. O primeiro passo para uma boa comunicação é conhecer a si mesmo ou, ao menos, estar aberto a observar como reagimos, sentimos, saber o que realmente é importante, que não estamos dispostos a abrir mão, saber de nossos limites, do que temos medo, por que temos receios, entre tantas outras coisas. À medida que conhecemos mais sobre todas essas facetas de nós mesmos, as ameaças ficam menores e conseguimos ampliar o foco de nós para ir ao encontro do outro, o que é ainda mais necessário em momentos de desencontros.

2. Também, permitir-se conhecer o mundo dos significados de seu companheiro/a/x, querer saber, importar-se, perguntar sobre o que ele/a/x quis dizer com isto ou aquilo, realmente querendo entender a partir da outra pessoa.

3. E se não houver espaço para conversar naquele momento? Às vezes acontece de lermos uma expressão no rosto, um suspiro, um mover portas com mais força e barulhento, e, pronto, sei que ele/a/x está zangado/a/x, e, a partir daí, mil perguntas começam a surgir em nossas mentes. E se a pessoa não quiser conversar? “Tentei, mas as respostas eram monossilábicas: sim , não, um olhar, um suspiro e silêncio”. Bem, talvez seja melhor dar um tempo para que ele/a/x possa se centrar. Esperar até a manhã seguinte pode ser uma boa opção.

4. Mas, atenção! Não faça da tentativa de diálogo um interrogatório, como se estivesse apenas buscando a confirmação de algo que já foi interpretado e julgado, esteja aberto, pergunte para entender a partir do que acontece no mundo da outra pessoa.

amor, cumplicidade, alegria

Bem, só até aqui quase todos os conflitos caem por terra. E os que ficarem? Bem, aí voltamos ao primeiro passo, olhar para nós mesmos, para nossa liberdade de escolha, e perguntarmos: o que eu quero fazer com isso? O que você quer fazer? É possível mudar este jeito de expressar? Não porque existe um jeito certo, mas para que eu possa perceber o que quer dizer?

Sabe, o que buscamos é muito parecido, é humano: amor, cumplicidade, alegria. O que muda é o como fazemos isso. Às vezes usamos uma forma peculiar de pedir ou buscar, como por exemplo: que droga, vai sair de novo? Ao invés de falar: Não sai hoje, sinto falta de sua companhia.

À medida que nos aprofundamos na comunicação, também encontramos uma força transformadora que brota do encontro. Existe uma parte de nós que só conhecemos ao lado de alguém.

Então, não esqueça destes pontos:

  • – Conheça a si mesmo o máximo que puder.
  • – Queira saber o que acontece no mundo interno da outra pessoa.
  • – Os significados das mesmas falas podem ser diferentes entre as pessoas, e, também, para a mesma pessoa em momentos diferentes. É importante aprender a ficar no momento presente com sua novidade: escute, veja, pergunte no agora.
  • – Somos todos livres para escolher falar ou calar, pois o comunicar-se carrega a possibilidade do movimento, da escolha e do encontro. E saber encontrar esse “nós” é possível. As palavras são apenas um transporte limitado para o que sentimos, mas aprender a ver através delas é o que faz a gente se entender.
casal conversando

Espero que essas dicas te tragam uma outra perspectiva para a comunicação na sua relação, mas sabemos que muitas vezes os conflitos podem estar instaurados e serem difíceis de achar a linha de início para dissolver. Nesses casos uma Consulta psicológica de casal presencial ou on-line pode te ajudar.

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2 respostas

    1. Olá, Glauciene! Obrigada por compartilhar um pouco da sua experiência! Compreender exatamente o que um e o outro estão comunicando é um grande desafio. Realmente para que vocês possam começar a se entender é fundamental que seja possível construir uma comunicação clara. Então, se vocês quiserem desenvolver essa comunicação é possível! Caso tenham interesse, uma terapia de casal pode proporcionar e contribuir para que vocês tenham espaço de compreensão dessa relação. Estaremos juntos nesse processo! Conte conosco! Forte abraço

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