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O segredo de desacelerar sem perder o equilíbrio.

O final do ano está chegando e, para muitos de nós, isso quer dizer que está na hora de darmos um tempo nos compromissos, nos desligarmos dos cronogramas e nos libertarmos dos prazos. Não sabemos o que isso significa para você, mas, para deixarmos nos envolver pela sensação agradável da desaceleração, é preciso reconhecer que a corrida, sem o momento da caminhada, limita a visão do que está ao redor. Quer saber por quê?

Já faz algum tempo que eu e a minha querida parceira de blog temos exercitado a difícil arte de “pausar sem perder o equilíbrio” sugerida por Dov Seidman. Não foram poucas as vezes que conversamos sobre os nossos receios de nadar, nadar, nadar e morrer na praia ou de nos sentirmos como se estivéssemos tentando olhar a vida pela janela de um carro em alta velocidade. Você já experimentou fazer isso? É impossível processar tantas informações em tão pouco tempo sem cometer o pecadinho da distorção. As imagens passam tão rápido diante dos olhos, que tudo o que você vê é um borrão de cores.

Pois é! Nosso processamento visual tem limites, assim como tudo na vida, falha quando está vivendo excessos. E nesses momentos corremos um risco enorme de pagarmos um preço muito caro pelas distorções que a aceleração pode provocar. Sabemos que acompanhar a velocidade e o ritmo do nosso mundo, enquanto escolhemos o que queremos viver, o que faremos com o nosso tempo e onde queremos nos desenvolver, não é nada fácil.

É verdade que nosso organismo tem alta capacidade de adaptação. Nossas células se regeneram, nosso sistema imunológico se atualiza para nos proteger, nossos sistemas digestivo, endócrino e neurológico se reorganizam para atender novas necessidades. E para tudo isso funcionar da melhor forma possível é preciso aprender a desacelerar com sabedoria.

Estamos falando de aprender a “pausar sem perder o equilíbrio”. Que tal, aprender a desacelerar para lhe dar uma chance de reconhecer os sentidos da vida e restabelecer os seus propósitos, sem precisar diminuir produtividade e, de quebra, identificar atividades que devem ser descartadas e processos que podem ser otimizados? É bem provável que você, depois disso, esteja pronto para continuar, sem perder de vista o seu posicionamento.

Mas veja bem! Desacelerar tem a ver com acalmar suas ânsias e inquietudes. Diz respeito a tranquilizar seus desesperos, reconhecer suas sensações, sentimentos, finalidades e perceber vícios improdutivos e recalcular rotas.

Isso quer dizer que se as pessoas ao seu redor te chamam de workaholic, você provavelmente vai encontrar mais dificuldades de fazer isso. Não se assuste com isso, tome uma certa distância dos acontecimentos da sua vida, ingira uma certa dose de coragem e confie! Essa pode ser a sua chance de construir condições para aliar produtividade à realização pessoal.

Por outro lado, se você está se sentindo em marcha lenta, sem possibilidades e oportunidades de concretizar planos futuros, também terá como desafio desacelerar. Só que, nesse caso, terá que aprender a dominar os pensamentos improdutivos recorrentes e aquelas sensações de desagrado constante, que nem sequer sabemos mais porque estão ali.

Pois é! Parece que a ordem do dia é desacelerar para darmos conta de escolher o que será gerador de evolução pessoal. Isto mesmo! O componente subjetivo desta complexa engrenagem é a realização pessoal. Nosso organismo é capaz de trabalhar a todo vapor para realizar nossos potenciais, mas se nos perdermos dos nossos propósitos e se desconsiderarmos nosso autocuidado, nossa fantástica fábrica de superação entra em colapso. E isto é algo que não queremos, não é?

Então, preste bastante atenção! Aproveite a chegada do final do ano para se perguntar: Como eu posso me comprometer em buscar, incansavelmente, práticas que me coloquem à altura dos desafios e oportunidades desta nova era? A verdade é que não conseguiremos alcançar este feito se nos mantivermos entulhados de afazeres sem sentido ou de pensamentos recorrentes inoportunos. Por isso, mãos a obras:

1. Faça a escolha de pausar sem perder o equilíbrio: Você já deve ter percebido que escolher desacelerar, aparentemente, vai na contramão de muitas das suas lógicas de funcionamento. Se você ainda não está convencido de que esta é uma boa estratégia para garantir a sua realização, você pode ler mais sobre o assunto, conversar com pessoas que o ajudem a reconhecer seu ritmo ou ainda fazer uma consulta psicológica. O fato é que você vai precisar de coragem e confiança para construir um funcionamento diferente.

2. Usufrua dos efeitos da desaceleração: Assim que você iniciar o processo de desaceleração, experimentará uma sequência de sensações e pensamentos que anunciam uma estranheza. Você está há tanto tempo em outro ritmo, que seu cérebro liga um sinal de alerta. O que pode estar acontecendo? Sim, ele está certo, você está mesmo fazendo algo muito diferente. Cuidando da sua saúde mental para construir um plano de voo que o leve para a realização das suas potencialidades. Por isso, não esquente a sua cabeça com isso e se dê a chance de sentir os efeitos agradáveis da desaceleração. Logo seu organismo se restabelecerá e voltará a enxergar melhor o que está ao seu redor.

3. Identifique as atividade que gostaria de realizar: Desacelerar não significa ficar no famoso ócio criativo. Significa qualificar suas escolhas. Você vai continuar em movimento, mas com algumas atividades que o fazem descansar, que cuidam das suas necessidades em meio àquelas atividades que você realmente não pode deixar de fazer. É como se você mudasse o cardápio de atividades contemplando suas necessidades culturais, afetivas, relacionais e orgânicas. Pode ser que você durma mais do que o de costume, ou que você queira passar algumas horas conversando sobre banalidades com seus amigos. Não se assuste! Você não vai virar um nada. Essas atividades quando estão preenchidas de sentido, podem reverter em novos rumos.

4. Reconheça as ideias novas: Fique atento às suas sensações e às novas ideias. É isso que acontece quando nosso corpo está descansado e nossos sentimentos apaziguados. Nos damos conta do que não percebíamos. Criamos sentido para o que estava sem cor. Você pode descobrir que é mais criativo do que imaginava!

É! Desacelerar pode ser mais produtivo, esclarecedor e nutritivo do que você imaginava. Muitas saídas já estão disponíveis no seu campo de experiência, só que você, mergulhado no seu jeito de funcionar, não está percebendo. Então, vamos lá? Nós vamos! Nos reencontraremos já, já para partilhar as nossas descobertas.

Enquanto isso…

Desejamos a todos que acompanharam as nossas reflexões ao longo desse ano um ano novo repleto de descobertas e reconfigurações de realidade. E se estiver com dificuldade de vivenciar qualquer um desses passos, conte conosco para descobrir como você pode desacelerar. Estaremos com você!

Experimente ler esses textos na sequência:

O que será do amanhã?

Como utilizar seu tempo com sabedoria?

O segredo de desacelerar sem perder o equilíbrio.

Maira Flôr

Maira Flôr

Psicóloga, CRP 12/08932

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