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Perdas e ganhos: uma questão de ponto de vista

01/11/2017

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Anita Bacellar

 

Por mais estranho que possa parecer, dessa vez não foi nada fácil escolher sobre o que eu gostaria de escrever. Confesso que não é muito comum acontecer comigo. Normalmente, consigo com certa facilidade localizar algo que faça parte de mim e que eu gostaria de compartilhar com as pessoas.

 

Há pouco tempo, a proximidade do dia dos finados teria me despertado o desejo de refletir sobre as perdas de pessoas queridas, o sofrimento que nasce da ausência física e a saudade daqueles momentos prazerosos que não se repetirão. 

 

Alguns minutos em silêncio foram suficientes para eu perceber que não faria sentido escrever sobre a perda do outro, enquanto o que estou vivendo no momento é um processo que vai dar na perda de uma das melhores partes de mim: a minha vida adulta.  

 

Hoje sou capaz de reconhecer: vivi intensamente esse período da minha vida. Saboreei cada minuto da existência. Fui atrás do meu conceito de mundo, de um estilo de vida e de um modelo de mulher que me representasse. Creio ter aproveitado todas as conquistas que me levaram em direção à autonomia. 

 

Diferente de muitas mulheres da minha geração,  o centro das atenções não estava nem no que os outros falariam a meu respeito e nem tão pouco no que os outros poderiam querer de mim. Eu sabia que,  independentemente de qualquer coisa que eu pudesse fazer, falariam o que quisessem e pediriam o que desejassem. Eu não tinha dúvida de que não poderia evitar essa intromissão, mas tinha a convicção de que poderia impedir que os outros, repletos de valores morais, ditassem o rumo da minha vida e da construção interna que fiz.

 

Foi assim que, guiada por uma confiança interna, me casei com a pessoa que amava, apesar das contrariedades sociais, estreitei laços com familiares, amigos e profissionais que respeitavam o meu processo e partilhavam do meu crescimento em direção à maturidade. 

 

Cultivei mestres que me ensinaram a importância da proatividade e ajudaram a desenvolver a habilidade de encontrar diversas maneiras para resolver um problema ou executar uma ação. Ao lado deles, aprendi, e ainda tenho aprendido, a superar minhas expectativas iniciais e a me antecipar às situações. 

Foram horas a fio de muita dedicação na construção de mim mesma como pessoa e profissional, até tornar-me uma pessoa autônoma, capaz de me autodeterminar segundo as minhas referências, que apesar de singulares nunca foram incompatíveis com as dos outros. 

 

Eu olho para minha história e fico satisfeita com o que eu realizei. Mas agora é hora de seguir em frente. 

 

Minhas experiências mais recentes têm me mostrado que não sou mais a mesma mulher de alguns anos atrás. E não pensem que eu estou falando daquelas pequenas mudanças que ocorrem, fruto das nossas aprendizagens do dia a dia. Estou falando da mudança que  prepara para viver a última fase do meu ciclo vital. Algo que podemos chamar “envelhescência”. Já ouviram falar nesse termo? É  utilizado por Manoel Berlink para caracterizar o momento em que nos preparamos para viver a velhice. 

 

Quando olho no espelho vejo que o meu corpo não tem mais o mesmo formato de alguns anos atrás. Apesar de ter um corpo muito flexível, meu equilíbrio já não é mais o mesmo e começo a reconhecer que daqui para frente, se eu quiser continuar participando de algumas atividades que me dão muito prazer, terei que exercitá-lo.  Meus cabelos estão embranquecendo, a pele passou a ter uma nova textura e  o rosto está com uma nova apresentação.

 

Em contrapartida, tenho aprendido que respeitar o novo ritmo, passar um creme no corpo, fazer pilates regularmente e aplicar vitamina  na face é um momento de encontro pessoal , capaz de gerar sensações que vale a pena cultivar.

 

Quando olho para o mundo,  vejo que não enxergo, já há algum tempo,  a realidade física com nitidez e a  memória não é mais a mesma, mas em contrapartida ganhei a possibilidade de interagir intensamente com o meu mundo sensível e do outro também. 

 

O que mais? Eu ainda não sei... Vou ter que viver para saber.

 

Afinal, perdas e ganhos é só uma questão de ponto de vista.

 

Eu continuo muito interessada em descobrir algo novo sobre mim mesmo. E você?

 

Anita Bacellar

Responsável Técnica

 

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